sexta-feira, 23 de março de 2007

[...MARIA TERESA HORTA...]


















Ponto de honra

Não sou escrava
de lamento
nem tento ferida
de enfeite

nem uso a raiva
que tenho
como um alfange
no peito

Não talho o sangue
nas pedras

nem uso palavras
de ódio

e não quero anéis
de aceite
para enfeitar os meus olhos

Maria Teresa Horta (1937-), Minha Senhora de Mim (1971)

2 comentários:

Anónimo disse...

Apetece-me (porque a Sofia me o inspira...) deixar aqui alguma coisa de que, provavelmente já não se lembra: «A esfera da poesia não se situa fora do mundo, enquanto impossibilidade fantástica de um cérebro de poeta: ela pretende ser precisamente o contrário, a expressão não retocada da verdade, tendo precisamente por isso de rejeitar a falsa máscara daquela alegada realidade do homem civilizado». O autor é Nietzsche (Die Geburt der Tragödie, 8) e a tradutora foi a profª Teresa R. Cadete.

Para que conste que vos sigo com o máximo interesse.

Mov.Poesia.R disse...

O que muito nos honra!

Por acaso estávamos a pensar na semana que vem trazer um poema de Nietzsche, se chegarmos a um consenso até então... O lado mais animado da democracia, sem dúvida!

Obrigado pela sugestão e pela visita,

Mov.Poesia.R